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Acessibilidade: quando o direito encontra a dignidade

  • Foto do escritor: GEB - Grupo Eduarda Bispo
    GEB - Grupo Eduarda Bispo
  • 2 de mai.
  • 3 min de leitura

Você já parou para pensar como seria viver em um mundo feito para os outros? Onde cada escada sem rampa, cada vídeo sem legenda, cada site inacessível, representa uma porta fechada? Para milhões de brasileiros com deficiência, essa ainda é a realidade — e é contra isso que a acessibilidade luta diariamente.

Acessibilidade não é favor. É direito.

A palavra "acessibilidade" vai muito além de uma vaga no estacionamento ou um elevador adaptado. Ela representa autonomia, dignidade e participação social plena. Está na Constituição, está nas leis e, mais do que tudo, precisa estar na nossa consciência diária.

Segundo o IBGE, mais de 17 milhões de brasileiros vivem com algum tipo de deficiência. E ainda assim, barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais seguem limitando seus acessos a direitos básicos — como educação, saúde, transporte, informação e trabalho.

Quais são as leis que garantem a acessibilidade?

A boa notícia é que o Brasil conta com um arcabouço legal robusto para garantir a acessibilidade. O desafio é fazer com que ele seja efetivamente cumprido. Conheça as principais leis que moldam essa jornada:

Lei nº 10.098/2000 – Lei da Acessibilidade

Foi a primeira lei brasileira totalmente dedicada à acessibilidade. Estabelece normas para eliminação de barreiras físicas, urbanísticas, nos transportes e na comunicação. É a base de tudo.

Decreto nº 5.296/2004

Regulamenta a Lei nº 10.098 e traz as famosas normas técnicas da ABNT (NBR 9050), com parâmetros obrigatórios para construção, adaptação e mobiliário urbano acessível.

Lei nº 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão (LBI)

O estatuto mais completo sobre os direitos da pessoa com deficiência. Inspirado na Convenção da ONU de 2006, garante acesso pleno à educação, saúde, cultura, mobilidade e punições claras para quem viola esses direitos.

Decreto nº 6.949/2009

Torna oficial no Brasil o tratado da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, com força de emenda constitucional.

Lei nº 14.863/2024

Determina que campanhas de utilidade pública, como Outubro Rosa e eleições, sejam acessíveis com Libras, legendas, audiodescrição e outros recursos assistivos.

Essas leis formam o alicerce jurídico da inclusão. Mas, como sabemos, a legislação sem ação é papel morto.

Acessibilidade está no detalhe — e na atitude

A ausência de acessibilidade não está apenas nos grandes obstáculos. Ela se revela nos detalhes do cotidiano:

  • Um banheiro sem barras de apoio;

  • Um site sem contraste visual para quem tem baixa visão;

  • Uma consulta médica sem intérprete de Libras;

  • Um vídeo nas redes sociais sem legenda.

E isso não afeta apenas quem tem deficiência. Todos ganham com acessibilidade. Uma calçada bem feita beneficia mães com carrinho de bebê, idosos, pessoas com mobilidade temporária. A inclusão é uma engrenagem coletiva.

Quem fiscaliza e o que fazer quando a lei é descumprida?

A fiscalização da Lei da Acessibilidade é responsabilidade do Ministério Público Federal e das Secretarias Municipais e Estaduais da Pessoa com Deficiência. Qualquer cidadão pode denunciar irregularidades:

  • Prefeituras (canal de ouvidoria);

  • Ministério Público Estadual ou Federal;

  • Aplicativos de cidadania como o Colab ou Fala.BR.

Negar acessibilidade é crime, não apenas descaso. E é nosso dever agir — por nós, por nossos filhos e por todos que ainda não têm voz.

E na saúde e educação? Acessibilidade é essencial

A saúde e a educação são dois pilares críticos onde a acessibilidade precisa estar presente:

  • Saúde: A Resolução Normativa nº 428 da ANS obriga planos de saúde a oferecer comunicação acessível sobre alterações contratuais. Isso inclui sites adaptados, atendimento com Libras e canais acessíveis.

  • Educação: A Portaria nº 20 do MEC exige que universidades e instituições de ensino superior ofereçam ambientes físicos e digitais acessíveis. Se não cumprirem, não podem abrir ou renovar cursos.

Tecnologia assistiva: inclusão em tempo real

Recursos como softwares leitores de tela, teclados adaptados, aplicativos com tradução em Libras (como o Hand Talk), e plataformas com audiodescrição estão revolucionando a forma como pessoas com deficiência interagem com o mundo.

Mas para que esses recursos funcionem, a sociedade precisa mudar junto.

A mulher como protagonista da inclusão

No GEB, sabemos que muitas mulheres passaram anos silenciadas, cuidando dos outros. Agora, querem retomar o próprio espaço no mundo. E é nessa retomada que a inclusão floresce.

Você pode ser mãe de uma criança com deficiência. Pode ser uma empreendedora que decide adaptar seu negócio. Pode ser uma cidadã que se recusa a aceitar injustiças. Você pode ser ponte — não barreira.

Acessibilidade não é um fim, é um caminho

Cumprir as leis de acessibilidade não é apenas uma exigência legal — é um ato de civilidade, empatia e justiça social. É sobre reconhecer o outro como legítimo ocupante do mesmo mundo.

A transformação começa em nós: quando exigimos acessibilidade, quando adaptamos nossos espaços, quando aprendemos Libras, quando incluímos — de verdade.


Quer saber como deixar seu ambiente mais acessível?


GEB – Inclusão é nossa missão. E também pode ser a sua.

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